O inimigo mora dentro de você!



Tem momentos em nossas vidas que ficamos perdidos e sem rumo certo para seguir em frente. E foi nesses pequenos instantes que vi o mundo desabar. Tudo ficou sombrio e sem cor. A dor era tão grande que tentei diversas vezes o suicídio, mas logo percebi que não precisaria de muito esforço, pois já estava num estágio avançado de amargura e solidão. Vocês devem estar se perguntando se todos a minha volta me abandonaram, mas sinto lhe informar que não foi bem assim, nunca foi. Na verdade “EU” que me afastei das pessoas, lembro-me que maltratei quem mais me amava. Entretanto, estava cega de rancor e não consegui enxergar o sofrimento desses seres a me ver nesse estado lastimável. Vivia culpando o mundo pela tristeza que se alastrava por onde andava.

Mas nem andei muito nesse período, aliás, fiquei tão sedentária que engordei bastante e fui alvo de piadinhas e brincadeiras fúteis na adolescência. Isso foi o ápice, a alavanca principal para me excluir de vez do mundo social. Não saia de casa, chorava o dia inteiro e ainda era vista como estranha, pelos demais habitantes que não conheciam a causa do meu sofrimento. Sim, a causa que nem eu mesma sabia explicar. Alguns diziam que a depressão era coisa de gente fresca, que não era pra tanto. Uma coisinha simples de quem não tinha o que fazer.

Escutar essas coisas me destruiu ainda mais. Tinha dias que ia para escola obrigada, brigada comigo mesma. Brigada com todos e por todos, mas é fácil julgar não é verdade. É fácil achar desculpas e encontrei milhares delas por todos os cantos daquelas ruas de chão batido e casas simples perto de onde estudava. Já estava decidida a dar um fim em tudo, não queria mais caminhar. Meus pés estavam cansados de andar sozinha, mas não estava sozinha e a vida me provou isso. No entanto, me provou da pior forma possível, mas precisava disso para acordar desse pesadelo que criei.

Minha querida e amável vó ficou louca. Sim, esse foi o nome dado pelos “infelizes” que também me julgavam. Aí sim que foi sofrimento, minha mãe não sabia se cuidava de mim ou dela. Sim “CUIDAR”, para que nenhuma das duas cometesse o ato mais difícil e complicado que é tirar a própria vida. Ia todos os dias a casa dela, para não ficar só no meu quarto escuro, remoendo pequenos problemas. E foi num desses dias que enfim acordei para a vida, acordei arranhada e machucada, mas acordei. Ana enfiou as garras em mim, então percebi que outras pessoas também estavam na mesma ou em situações piores que a minha. E foi assim que encontrei sentido na dor.

Sim, foi na dor que aprendi a ser forte. Dei a volta por cima e ajudei aonde podia minha vó. Hoje percebo que as coisas não acontecem por acaso, percebo que o mundo não é culpado por suas frustrações e que só o amor pode superar todos os obstáculos e foi através dele que reconheci o poder de ajudar ao invés de somente odiar e deixar as coisas morrerem por sua própria força.

NUNCA DEIXE O INIMIGO ROUBAR AQUILO QUE VOCÊ TEM DE MELHOR, LUTE !

OBS: SE ESTIVER PASSANDO POR ESSE MOMENTO COMPLICADO É SÓ ENTRAR EM CONTATO COMIGO. QUEM SAIBA NÃO POSSA TE AJUDAR UM POUCO, BEIJOS E OBRIGADA POR LER ESSE MEU RELATO.

Confessionário

Confesse aqui tudo que lhe aflige, você não será julgado por isso. E ainda tem a chance de desabafar e receber conforto.